terça-feira, 21 de junho de 2016



Maternidade: dores e delícias


* Por Juliana Baron

Maternidade: dores e delíciasDurante essa minha segunda gestação, tive contato com um livro que posso dizer que mudou o meu maternar. Ele se chama “A maternidade e o encontro com a própria sombra” e foi escrito por Laura Gutman. De forma bem resumida, Laura afirma nele, que a maternidade, além de ser um momento maravilhoso, revela a sombra da mãe (entenda por sombra a parte escura do mundo psíquico e espiritual) e que o bebê (que ela diz ser uma fusão com a mãe), sente como se fossem seus, todos os sentimentos da mãe, sobretudo, aqueles dos quais a mesma não tem consciência.
Na semana passada, posso dizer que encontrei uma das minhas sombras. Vivi dias tristes, melancólicos, em que precisei dar colo quando o que eu mais queria, era receber um. Claro que um pouco dessa tristeza vinha do cansaço, mas eu sentia que algo estava diferente. Meu bebê estava bem, a rotina era a mesma, eu conseguia dormir legal, mas se abriu um buraco dentro de mim e eu só sabia chorar. Olhava o dia lindo lá fora e chorava. Tomava banho e chorava. O bebê dormia e eu chorava.
Algumas pessoas até devem estranhar eu dizer isso, afinal, curti tanto minha gravidez e amo ser mãe, mas só quem passou pelo puerpério (que para Laura Gutman vai muito além de 40 dias) sabe do que eu estou falando. Vivemos sentimentos tão controversos. Eu ficava me perguntando como posso amar tanto, querer tanto e ao mesmo tempo, sentir um vazio tão doído enquanto vivo aquele sonho? E por mais que eu escreva e leia muito sobre como esse é um período delicado para a mulher, não tenho como escapar de sentir a intensidade do meu.
Motherhood: pains and delights
* Juliana Baron
During this my second pregnancy, I had contact with a book I can say that has changed my maternar. It is called "Motherhood and the encounter with his own shadow" and was written by Laura Gutman. Quite briefly, Laura says it, that motherhood, besides being a wonderful time, reveals the mother's shadow (read by shadow the dark part of the psychic and spiritual world) and the baby (which she says is a merger with mother) feel as if they were his, all his mother's feelings, especially those of which it is unaware.
Last week, I can say that I found one of my shadows. Vivi sad days, melancholy, when I needed to lap when what I wanted most was to receive one. Of course some of that sadness was fatigue, but I felt that something was different. My baby was fine, the routine was the same, I could sleep cool, but opened a hole inside of me and I just knew cry. I looked at the beautiful day outside and cried. I showered and cried. The baby was asleep and I was crying.
Some people even wonder I must say that, after all, enjoyed both my pregnancy and I love being a mother, but only those who passed the postpartum period (which to Laura Gutman goes beyond 40 days) know what I'm talking about. We live feelings as controversial. I was wondering how can I love so much, want so much and at the same time feel a void so hurt while living that dream? And as I write and read a lot about how this is a delicate period for the woman, I have no escape from feeling the intensity of the mine.

Nenhum comentário:

Postar um comentário